Projeto de conservação e uso racional da água é testado em Lagoa Santa
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A Copasa está testando, em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, um projeto de saneamento ambiental que visa a diminuição das perdas de água e a racionalização do uso da energia elétrica na cidade.
O município de Lagoa Santa, segundo o coordenador do Programa de Redução de Perdas de Água (PRPA) da Copasa, Paulo Roberto Cherem, foi escolhido por ter um sistema isolado, com uma única fonte de produção de água, tem um grande potencial de recuperação de perdas. “Estamos desenvolvendo uma metodologia que será repassada para o Procel/Sanear e, posteriormente, para as demais operadoras dos sistemas de água do Brasil”, explica Cherem.
Testes apontam eficiência do projeto - O coordenador ressalta, ainda, que a nova sistemática deve estar pronta em, no máximo, três meses. “Apesar de ser um projeto em teste, é grande a expectativa em relação aos resultados.”
De acordo com Cherem, em Lagoa Santa, as ações vão caminhar em três direções. Uma delas, é a implementação de um sistema de acompanhamento permanente, por meio de computação e telemetria, para controlar o nível dos reservatórios de distribuição que suprem o município, entre eles o do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
Trata-se de um controle operacional das vazões e pressões de bombeamento, de modo que os conjuntos motobombas possam ser desligados no horário sazonal - entre 17h e 22h, quando o preço da energia elétrica é mais alto. “Poderemos reduzir as cargas nos horários mais caros”, comenta o coordenador, que garante que as despesas com kilowatt/hora já apresentaram redução mesmo na fase de testes. Esse mesmo sistema ainda evitará perdas de água por extravasamentos.
Uma outra vertente do projeto é a criação de um modelo comportamental para o sistema de abastecimento de água, por meio de softwares hidráulicos, que permitirá simulações para prever horários de ligar e desligar os conjuntos motobombas. “Com isso, poderemos também identificar fugas de água mais expressivas nas tubulações. O primeiro formato trabalhado descobriu um vazamento que alimentava um laguinho. Conseguimos recuperar 10% da produção de água”, comenta Cherem.
Além da criação de um sistema de acompanhamento permanente e softwares hidraúlicos para simulações, a estimativa da Copasa, para Lagoa Santa, é recuperar 6% da perda física de água com a identificação de vazamentos não-visíveis (que não aparecem na superfície).
Na Vila Maria, por exemplo, já foram confirmados pontos de vazamentos através de estudos de pressão e vazão na região. Segundo Paulo Cherem em apenas uma interferência, a empresa conseguiu eliminar a perda de 36.000 litros de água por hora. “Estamos realizando mais estudos para encontrar solucionar outros vazamentos que possam existir", destaca.
E, finalizando, dentro do projeto também serão realizados levantamentos em busca de possíveis anormalidades na micromedição, como hidrômetros imprecisos, travados, embaçados, fraudados e ligações clandestinas, entre outros problemas. “Para tanto, está sendo objeto de estudos, uma metodologia de análise estratificada do consumo para detectar esse tipo de problema”, revela o coordenador.