>A exposição “O Jagunço do Traço”, com cerca de 30 obras de Álvaro Apocalypse, ocupa a Galeria de Arte Copasa até o dia 31 de janeiro de 2005. As obras fazem parte do acervo da família e são consideradas peças de grande valor sentimental para seu autor, que recusou inúmeras propostas para comercializá-las. Entre as obras, há trabalhos inéditos, como Pescadores, Sereia e Santa Ceia.
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As obras abrangem o período de 40 anos da trajetória artística de Álvaro Apocalypse (1937-2003), que começou em 1957 e passou pela ilustração publicitária, pintura, gravura, desenho, cenografia e dramaturgia. Ele também foi advogado, professor universitário (Escola de Belas Artes da UFMG) e fundador do Giramundo de Teatro de Bonecos. O público conhecerá seus múltiplos talentos em óleos sobre tela, xilogravuras, pastéis, bicos de pena, dois bonecos do espetáculo A Flauta Mágica e a escultura Eu Sou Neguinha, feita especialmente para a exposição que homenageou a obra musical de Caetano Veloso, em 1998.>
Catalogação do acervo - De acordo com as filhas de Álvaro, Beatriz e Adriana, que hoje cuidam do acervo do pai, a exposição estava acertada com a Galeria de Arte Copasa desde 2002. Mas, a morte do pai, no ano seguinte, alterou os planos e ocasionou a transferência para a nova data. A exposição, segundo elas, é o marco inicial para o processo de catalogação de todo acervo de Álvaro Apocalypse, que elas pretendem iniciar a partir de 2005, logo após a inauguração do Museu Giramundo, prevista para o dia 05 de dezembro deste ano, no bairro Floresta, em Belo Horizonte. “São muitos trabalhos que precisam ser conhecidos, inventariados e, em alguns casos, restaurados”, conta Beatriz Apocalypse. O pai deixou ainda muitos desenhos e croquis inéditos, e murais espalhados por várias instituições e empresas. “Queremos lançar um livro e uma página na internet com o resultado deste projeto de catalogação, nos moldes que foram adotados para a obra de Portinari”, adianta Adriana, que inscreverá o projeto na Lei Rouanet.
Para a curadoria da exposição na Galeria de Arte Copasa, Beatriz e Adriana convidaram o artista plástico Sérgio Campos, ex-aluno de Álvaro que atuou durante muitos anos no Grupo Giramundo. Sérgio teve a difícil tarefa de selecionar as obras que integram a exposição, entre tantos trabalhos de qualidade. A curadoria preferiu, também, privilegiar o artista plástico Álvaro Apocalypse, dando menos espaço ao conhecido bonequeiro. “Queremos mostrar a importância do Álvaro para as artes plásticas mineiras”, frisa Adriana. “É uma parte importante da sua obra que é pouco conhecida do público”, completa.
Há, ainda na exposição “O Jagunço do Traço”, obras que eram as preferidas de Álvaro Apocalypse e que só agora serão conhecidas do público. São as naturezas-mortas Cesta de Frutas (1985) e Lampião e Boné (sem data) e a tela Santa Ceia (1983), todas na técnica acrílica sobre tela. “Papai pintou pouquíssimas naturezas-mortas”, conta Beatriz, “e nunca quis se desfazer destas, que ele gostava muito”. Quanto à Santa Ceia (0,99x1,29m), trata-se da obra preferida de Álvaro, que impressiona pelo uso dramático da cor.
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