A Copasa está lançando o 4º Edital de Concorrência Pública para exposições na Galeria de Arte no ano de 2005. As propostas devem ser enviadas até 06 de dezembro para a Divisão de Relações Institucionais, que fica na sede da empresa, localizada na rua Mar de Espanha, 525, bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte, CEP 30.330-270. O edital e o regulamento completos podem ser obtidos na Copasa, através dos telefones (31) 3250-1287 e 3250-1506, ou pelo site www.copasa.com.br.
Podem participar da concorrência propostas de exposições individuais e coletivas. Em ambos os casos, os proponentes devem preencher uma ficha de inscrição, que deverá ser inserida em envelope lacrado contendo, também, currículo dos artistas, fotografias 10x15cm de cada trabalho a ser exposto, memorial descritivo, croquis, catálogos de outras exposições (se houver), clippings jornalísticos (se possível com críticas publicadas a respeito do autor), indicação do curador e da equipe de montagem. Só podem participar artistas nascidos ou radicados em Minas Gerais, seja do interior ou da capital.
A Galeria se responsabiliza pela cessão do espaço, elaboração do calendário de exposições (cada exposição tem duração média de 35 dias), assessoria técnica durante a montagem e desmontagem, impressão e distribuição de convites e catálogos, e divulgação, através de assessoria de imprensa contratada. Os artistas selecionados também devem cumprir algumas obrigações, como entregar as obras da exposição em tempo hábil, acompanhar a montagem e desmontagem, contratar (se for de seu interesse) serviço de coquetel para o vernissage, providenciar a retirada dos trabalhos após o término da exposição, dentre outras. No regulamento é possível conhecer as dimensões da galeria e os painéis e módulos que cada expositor terá à sua disposição caso seja selecionado.
Conselho curador - O conselho curador da Galeria de Arte Copasa, formado por Cláudia Renault, Marco Elízio de Paiva, Walter Sebastião e Maria José Fonseca, se incumbirá de analisar as propostas e escolher aquelas que irão integrar a programação do próximo ano. O resultado será publicado na segunda quinzena de dezembro.
Álvaro Apocalypse - A exposição “O Jagunço do Traço”, com cerca de 30 obras de Álvaro Apocalypse, ocupa a Galeria de Arte Copasa até o dia 31 de janeiro de 2005. As obras fazem parte do acervo da família e são consideradas peças de grande valor sentimental para seu autor, que recusou inúmeras propostas para comercializá-las. Entre as obras, há trabalhos inéditos, como Pescadores, Sereia e Santa Ceia.
As obras abrangem o período de 40 anos da trajetória artística de Álvaro Apocalypse (1937-2003), que começou em 1957 e passou pela ilustração publicitária, pintura, gravura, desenho, cenografia e dramaturgia. Ele também foi advogado, professor universitário (Escola de Belas Artes da UFMG) e fundador do Giramundo de Teatro de Bonecos. O público conhecerá seus múltiplos talentos em óleos sobre tela, xilogravuras, pastéis, bicos de pena, dois bonecos do espetáculo A Flauta Mágica e a escultura Eu Sou Neguinha, feita especialmente para a exposição que homenageou a obra musical de Caetano Veloso, em 1998.
Catalogação do acervo - De acordo com as filhas de Álvaro, Beatriz e Adriana, que hoje cuidam do acervo do pai, a exposição estava acertada com a Galeria de Arte Copasa desde 2002. Mas, a morte do pai, no ano seguinte, alterou os planos e ocasionou a transferência para a nova data. A exposição, segundo elas, é o marco inicial para o processo de catalogação de todo acervo de Álvaro Apocalypse, que elas pretendem iniciar a partir de 2005, logo após a inauguração do Museu Giramundo, prevista para o dia 05 de dezembro deste ano, no bairro Floresta, em Belo Horizonte. “São muitos trabalhos que precisam ser conhecidos, inventariados e, em alguns casos, restaurados”, conta Beatriz Apocalypse. O pai deixou ainda muitos desenhos e croquis inéditos, e murais espalhados por várias instituições e empresas. “Queremos lançar um livro e uma página na internet com o resultado deste projeto de catalogação, nos moldes que foram adotados para a obra de Portinari”, adianta Adriana, que inscreverá o projeto na Lei Rouanet.
Para a curadoria da exposição na Galeria de Arte Copasa, Beatriz e Adriana convidaram o artista plástico Sérgio Campos, ex-aluno de Álvaro que atuou durante muitos anos no Grupo Giramundo. Sérgio teve a difícil tarefa de selecionar as obras que integram a exposição, entre tantos trabalhos de qualidade. A curadoria preferiu, também, privilegiar o artista plástico Álvaro Apocalypse, dando menos espaço ao conhecido bonequeiro. “Queremos mostrar a importância do Álvaro para as artes plásticas mineiras”, frisa Adriana. “É uma parte importante da sua obra que é pouco conhecida do público”, completa.
Há, ainda na exposição “O Jagunço do Traço”, obras que eram as preferidas de Álvaro Apocalypse e que só agora serão conhecidas do público. São as naturezas-mortas Cesta de Frutas (1985) e Lampião e Boné (sem data) e a tela Santa Ceia (1983), todas na técnica acrílica sobre tela. “Papai pintou pouquíssimas naturezas-mortas”, conta Beatriz, “e nunca quis se desfazer destas, que ele gostava muito”. Quanto à Santa Ceia (0,99x1,29m), trata-se da obra preferida de Álvaro, que impressiona pelo uso dramático da cor.