“A cada ano, milhões de seres humanos em todo o mundo são obrigados a recorrer a fontes de abastecimento de água potencialmente nocivas. Esse fato perpetua uma crise humanitária silenciosa, que acaba com a vida de cerca de 3.900 crianças por dia. Há perspectivas de futuro muito pouco esperançosas para os milhões de pessoas que vivem presos na espiral de pobreza e doenças a ela relacionadas”.
Essa constatação, feita pela Organização Mundial de Saúde, motivou o lançamento de uma campanha pela Organização das Nações Unidas (ONU) de nome “Decênio Internacional para a Ação Água, Fonte de Vida – 2005/2015". O ob jetivo é reduzir à metade o número de pessoas sem acesso a água potável e saneamento básico nos próximos dez anos. Segundo a OMS, a campanha é uma oportunidade para que as diferentes partes interessadas se unam para colocar em prática soluções eficazes. O que se pretende é alertar, entre outras questões, para o fato de que a abundância de água não garante o seu fornecimento para a população pobre. Por outro lado, a escassez não justifica o desabastecimento, como observado em vários países.
A FALTA DO SANEAMENTO - Dados levantados pela ONU revelam que cerca de 2,4 bilhões de pessoas não têm sanitários ou esgoto, e 1,1 bilhão não tem nem mesmo acesso à água potável. Cerca de 22 mil pessoas por dia, a metade delas crianças, morrem de doenças provocadas por água contaminada, tais como febre tifóide, cólera, malária e diarréia. Quatro em cada dez pessoas no mundo não têm acesso nem mesmo a banheiro com fossa, e duas em cada dez carecem de uma fonte de água potável segura.
Atingir os objetivos da campanha significa fornecer saneamento para mais de 300 mil pessoas a mais por dia, e água limpa para cerca de 150 mil, por dia. Entretanto, verbas públicas para projetos relacionados à água caíram, e pouco tem sido feito no mundo. O Grupo de Trabalho das Nações Unidas para o Projeto do Milênio, em matéria de água e saneamento, reconhece que o desenvolvimento e a gestão integrada de recursos hídricos são essenciais para o êxito ou o fracasso das metas propostas.
COPASA FAZ SUA PARTE - A Copasa, no que se refere a saneamento básico em Minas Gerais, não está de braços cruzados. Nos municípios dos quais detém a concessão e opera serviços na área de saneamento, a previsão da empresa é antecipar as metas propostas pela ONU e também do governo federal, que prevê um prazo de 20 anos para a universalização dos serviços. Para tanto, a empresa vem executando normalmente seu programa de investimentos de R$ 2,7 bilhões, mediante a aplicação de recursos próprios e financiados em todas as regiões do Estado. Sua meta é abastecer 100% da população das cidades onde opera sistemas de água e elevar para no mínimo 95% o índice de coleta de esgotos nas comunidades onde presta este serviço. Vale destacar que, já em 2004, a Copasa atingiu ou superou cinco dos oito indicadores de desempenho do setor de saneamento que deveriam ser cumpridos até 2009, de acordo com metas do governo federal.