Planejamento e prevenção. Esses são os principais benefícios do “Programa de Monitoramento Pluviométrico”, em implementação na Copasa pela Divisão de Recursos Hídricos (DVHD). O programa visa dotar a companhia de um sistema de medição de chuva que possibilite ampliar o conhecimento quanto aos volumes precipitados e sua distribuição espacial e temporal, o que será de grande valia no desenvolvimento de estudos hidrológicos para finalidades diversas.
“O programa está em desenvolvimento. A meta é instalar um pluviômetro (aparelho que mede a quantidade de chuva em milímetros, num período de 24 horas) em cada cidade operada pela Copasa”, explicou Ronaldo De Luca Ferraz Gonçalves, gerente da DVHD. A Copasa possui mais de 350 aparelhos instalados em Minas Gerais, conforme informou o gerente, e terá, até o final de 2006, a maior rede pluviométrica do Estado e, provavelmente, do país, com 550 pluviômetros instalados.
Ronaldo De Luca esclareceu que há grande diferença entre a quantidade de chuva que atinge uma cidade do Sul de Minas (durante o período de um ano) em relação a outras localizadas no norte do Estado. Municípios que estão na região da Mantiqueira, por exemplo, alcançam precipitações de 2 mil milímetros por ano, enquanto em outros, localizados no Vale do Jequitinhonha, a quantidade de chuva não passa de 700 milímetros por ano.
Essas informações, aliadas à observação de campo em áreas sujeitas a inundação, permitem a escolha de locais mais apropriados para a implantação de captação de água, tornando o abastecimento mais eficiente e seguro. “Também é possível propor a construção de barragens para locais em que, apesar de o volume de chuva ser razoável ao longo do ano, não há disponibilidade hídrica suficiente para o abastecimento”, argumentou o gerente.
APLICAÇÃO - A primeira aplicação prática começou com a revisão dos estudos de projeto dos vertedouros das barragens já existentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Com a consultoria de um especialista da UFMG e as medições em campo, verificamos que os vertedouros estão em perfeitas condições de segurança. Continuaremos essa revisão no interior”, disse Ronaldo De Luca. As informações fornecidas por meio do programa também estão subsidiando os estudos que antecedem a implantação de sistemas de abastecimento ou a ampliação dos já existentes.
“Fomos consultados sobre a possibilidade de um trabalho conjunto pelo MG Tempo, serviço de previsão meteorológica desenvolvido em parceria pela Cemig e PUC Minas. Além disso, profissionais e pesquisadores ligados a diversas instituições – universidades, DER-MG, Emater, IEF, prefeituras, empresas e outros – têm vindo à Copasa consultar nossos dados. Esse reconhecimento tem sido muito gratificante”, concluiu.