A Cianobactéria, organismo aquático encontrado normalmente em água doce e que pode fazer mal à saúde, foi um dos assuntos discutidos pelos biólogos da Copasa, Fernando Jardim e Paulo Afonso Emídio, no 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, realizado no Expominas.
Na oportunidade, Paulo Emídio divulgou os resultados de um estudo desenvolvido pelo Departamento Norte da Copasa, com sede em Montes Claros, sobre a presença destes organismos no rio São Francisco. Os trabalhos foram feitos em sete áreas de captação de água da empresa na região Norte do Estado.
“Durante dois anos comparamos o volume e a diversidade das Cianobactérias nas captações das cidades de Ibiaí, São Romão, Retiro, São Francisco, Januária, Matias Cardoso e Manga. Constatamos que, nos períodos chuvosos, as algas aparecem com menos intensidade. Já no período de seca, há um aumento generalizado da presença de Cianobactérias, devido às condições climáticas”, afirmou Emídio. Ao longo de toda região estudada os resultados foram semelhantes.
Fernando Jardim revelou alguns dos resultados de sua pesquisa sobre florações de Cianobactérias tóxicas, como forma de monitoramento da qualidade de água utilizada para o abastecimento público.
Sua apresentação mostrou os primeiros resultados de uma pesquisa relativa à redução da cianotoxina nos mananciais. Segundo o biólogo, os resultados encontrados se deram a partir do cultivo de Cianobactérias em laboratórios, envolvendo o uso de espécies ativas de oxigênio, produzidas a partir de um estresse induzido às células das bactérias.
As pesquisas e estudos sobre as cianobactérias, desenvolvidas pela Copasa, foram pioneiras no Brasil, sendo, atualmente, referência para a comunidade cientifica internacional.
Mesmo com a presença das algas, os biólogos destacaram que a quantidade encontrada nos mananciais da empresa está dentro dos níveis de aceitação da Portaria 518, do Ministério da Saúde, que determina o padrão de qualidade da água para o consumo humano.