As obras da Linha Azul, o mais importante empreendimento da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), estão a todo o vapor. A empresa pretende antecipar o cronograma de dois anos para o término do projeto e, assim, melhorar o atendimento a cerca de 5 milhões de moradores já em meados do próximo ano. Após a conclusão, as paralisações de manutenção dos sistemas produtores - ou mesmo as emergenciais - terão menos impacto na rotina da população. Significa que, nessas ocasiões, as pessoas não ficarão mais completamente sem água, e a normalização do abastecimento se dará de forma muito mais rápida. Antes disso, a Copasa também se preocupa com o bem-estar da população, trabalhando intensamente para minimizar os impactos das obras nos bairros que tiveram a sua rotina modificada.
A Linha Azul vai interligar os dois grandes sistemas de abastecimento da RMBH, o Paraopeba e o Rio das Velhas, que atendem a demanda de partes diferentes da capital e seu entorno. Essa mudança, que envolve um investimento de R$ 160 milhões, dará flexibilidade operacional à Copasa. Quer dizer: quando necessário, será possível transferir água tratada de uma região para outra, evitando o comprometimento do abastecimento em uma delas. “Hoje não é possível fazer esse deslocamento, porque os dois sistemas são interligados de forma bastante limitada, o que impede o transporte de água de um para o outro em grandes volumes. A Linha Azul permitirá isso”, garante o gestor do empreendimento, Paulo Farnezi. Com união dos sistemas as áreas mais delicadas, como regiões hospitalares não passarão por problemas com abastecimento. “O uso da água será democratizado. Ela chegará para todos, independentemente do sistema produtor que estiver trabalhando”, reforça Farnezi.
Márcio Brant, gestor da obra da Linha Azul, acrescenta que estão sendo construídos dois grandes reservatórios de água, como parte do projeto, que também vão contribuir para melhorar a qualidade do abastecimento. O reservatório do Taquaril terá capacidade para armazenar 30 milhões de litros de água, e o do Carlos Prates, 10 milhões. Já o reservatório do Céu Azul, que hoje tem 21 milhões de litros, está sendo ampliado e chegará a 36 milhões, de acordo com Brant. As duas adutoras que estão sendo construídas para interligar os sistemas terão ao todo 26 quilômetros. A primeira ligará o reservatório do bairro Taquaril ao do bairro Céu Azul e terá capacidade máxima para transportar 1.900 litros por segundo. A outra integrará o reservatório do Carlos Prates ao bairro Glória, movimentando até 700 litros.
“A Linha Azul está projetada para garantir o abastecimento da RMBH até 2026, considerando as projeções de crescimento da população para esse período”, sintetiza. Farnezi. Ele lembra ainda, que as obras permitirão que as cidades de Lagoa Santa, Vespasiano, São José da Lapa e a região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, possam ser abastecidas pelo sistema integrado da Copasa. Hoje, a distribuição de água nessas localidades ainda é feita por meio de poços. “Toda a RMBH será beneficiada pela Linha Azul, em conjunto com outros investimentos que a Copasa vem fazendo, entre eles a Adutora Integração, que está em fase de conclusão. O objetivo é atender, especialmente, ao crescimento do Vetor Norte, que é a região que mais cresce hoje na RMBH”, completa o gestor.
Ações comunitárias - Além de melhorar a qualidade no abastecimento de água na Região Metropolitana, a Copasa também está preocupada com as comunidades afetadas pelas obras. Isso porque todo o projeto está sendo realizado em uma área totalmente urbana, com alta densidade populacional. Ciente dessa situação e da necessidade de garantir a segurança das pessoas, a Companhia mantém um diálogo permanente em todos os bairros pelos quais passará a Linha Azul. A finalidade é deixar a população informada e tranqüila, assim como reduzir os contratempos que possam ser provocados pelo empreendimento, como poeira e barulho. Em todos os trechos, existe uma equipe devidamente preparada para orientar, atender e dar suporte aos moradores. “Temos equipes visitando as residências e comércio, explicando o que é o projeto, buscando minimizar os transtornos e levantar dúvidas e demandas para que sejam solucionadas”, conta Márcio Brant.
Essa interação com a comunidade, mesmo antes do início das obras, em 11 de março, possibilitou à Copasa conhecer e tratar casos isolados durante a execução dos serviços. “O relacionamento constante com líderes comunitários, escolas, igrejas, é essencial para tentar, na medida do possível, conciliar os horários das obras com a programação da sociedade”, informa Brant. Tal iniciativa está agradando aos moradores das comunidades envolvidas na construção da Linha Azul. “Eu estava com um problema, por causa da obra, para um casamento que aconteceu no sábado (18 de abril). A noiva e todos nós estávamos muito preocupados. E achei excelente a assistência que a Copasa deu”, comenta a responsável pelo cerimonial da paróquia Nossa Senhora de Nazaré, no Bairro Santa Inês, Patrícia Chaves. Ela conta que, após ter reclamado das valas que estavam abertas em frente à igreja, as equipes da Companhia prontamente entraram em contato com e solucionaram a questão.
Brant complementa que, além desse contato com as pessoas, o projeto da Linha Azul prevê o recapeamento do asfalto em toda a extensão das adutoras. “Em geral, a Copasa faz a vala, instala a tubulação, e conserta o asfalto em volta. Nesse empreendimento, vamos recapear tudo, de meio-fio a meio-fio, com o mesmo pavimento anterior (asfalto, paralelepípedo, etc). A ideia é devolver a via do mesmo jeito ou melhor que a encontramos antes”, destaca.
Hoje, segundo Paulo Farnezi, há seis frentes de trabalho pela RMBH e, no pico do projeto, esse número chegará a 12. Serão gerados entre 500 e 600 empregos diretos e indiretos. À medida que as obras vão avançando para os bairros, as equipes da Copasa, que trabalham em parceria com a BHTrans e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), informarão a população sobre qualquer mudança nos trajetos das ruas, em pontos e itinerários de ônibus, coleta de lixo, entre outras alterações que possam ocorrer na rotina do lugar. Um material institucional tem sido entregue nas regiões e qualquer cliente que quiser mais informações sobre o empreendimento podem enviar seus questionamentos para o endereço eletrônico linhazul@copasa.com.br.