 | <>>Responsabilidade social é o tema da exposição que abre a temporada da Galeria de Arte da Copasa. O espaço apresenta, de 5 de fevereiro a 8 de março, a mostra Undió - Criar na arte e na vida, com obras dos alunos do Instituto Undió, organização não-governamental que oferece oportunidades de arte educação em escolas, associações comunitárias ou locais de maior vulnerabilidade social. As oficinas são descentralizadas e a sede fica no centro de BH, vizinha ao Mercado Central. O acervo reúne cerca de 50 obras: desenhos, pinturas, grafite, colagens e fotografias, produzidas por alunos atendidos pela ONG, desde o início de sua história, em 1982, até os dias atuais. > É a primeira vez que os trabalhos serão expostos em uma galeria de arte. De acordo com Thereza Portes, coordenadora artística do Instituto Undió a exposição mostrará pinturas, desenhos e fotografias realizados desde 1982 pelos jovens que freqüentam as oficinas. Os trabalhos expostos valorizam a liberdade e a espontaneidade de criação dos alunos. Segundo Thereza o objetivo do trabalho realizado pelo instituto é possibilitar o desabrochar do potencial individual de cada jovem e estimular através da arte o que eles são e podem, mas não suas dificuldades ou riscos. Assim construímos em torno das crianças e jovens uma rede de oportunidades que lhes permitam sonhar, fazer escolhas, superar-se. Na abertura da mostra houve intervenções de teatro e percussão, desenvolvidas também por alunos da entidade. Undió O Instituto Undió, dirigido pelas artistas plásticas Júlia e Thereza Portes, ambas professoras na Escola Guignard, atende cerca de 150 alunos, entre 12 e 25 anos, a maioria moradores de aglomerados. A organização, que desenvolve suas atividades há 25 anos, foi fundada para estimular o potencial dos participantes por meio de atividades culturais como artes plásticas, teatro e música. Patrocinado pelo Instituto Ayrton Senna, por meio do Programa de Desenvolvimento Humano através da Arte e pela Lei de Incentivo do Fundo Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, o Undió oferece oportunidades e oficinas em sua própria sede, localizada no centro de Belo Horizonte, e também em escolas públicas e centros comunitários. Recentemente, a organização foi agraciada com o prêmio Itaú-Unicef 2007, pelo trabalho realizado na capital mineira. De acordo com Julia Portes, o propósito da ONG é desenvolver competências de vida ligadas ao conviver, conhecer e fazer. “Queremos que os jovens aprendam a enxergar o mundo de uma nova maneira. Quando um adolescente vivencia uma atividade de arte ele faz um exercício permanente de liberdade, escolhe o que fazer e como fazer, toma decisões e adquire auto confiança.” Junto às oficinas, o Instituto Undió desenvolve também um programa de multiplicadores culturais, a fim de preparar novas gerações para a divulgação do conhecimento artístico na sua comunidade ou nas escolas públicas. Esse é o caso de Diego Sênesi, 18 anos, que ministra aulas de teatro na Escola Municipal Professora Eleonora Pieruccetti, como multiplicador do Instituto Undió. “É muito bom aprender, transmitir nosso conhecimento para os demais alunos e vê-los crescendo e se tornando autores de sua própria vida. Estamos colhendo os frutos de um trabalho sério”, afirma. |