Como um dos principais afluentes do Rio São Francisco, o Rio das Velhas, ao passar pela Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), recebe um maior volume de esgotos, devido à grande concentração populacional. O tratamento desses esgotos é uma das prioridades da Meta 2010 - Projeto Estruturador do Governo do Estado, que prevê navegar, pescar e nadar no rio. E para alcançar essa meta, a Copasa vem realizando uma série de ações individuais e conjuntas para a recuperação da qualidade das águas desse importante rio.
A empresa mineira vem construindo, por exemplo, Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), além de realizar outras intervenções em parceria com as prefeituras municipais.
Entre elas destaca-se a ETE Arrudas. Localizada na região de Sabará, a estação de tratamento é uma das maiores e mais modernas do país. Numa área de 63,84 hectares, tem capacidade para tratar cerca de 194 milhões de litros de esgoto por dia, beneficiando mais de 1 milhão de habitantes. O tratamento permite a redução de até 95% da carga de sólidos e da matéria orgânica. Os esgotos são coletados, interceptados e depois de tratados são devolvidos ao rio. Na primeira etapa do tratamento são retirados os lixos grosseiros e a areia. Em seguida, é feito um processo biológico para a remoção da poluição. Essa fase acontece em um compartimento, onde ocorre a remoção da matéria orgânica. A retirada é feita pela ação de microorganismos que se multiplicam, graças ao fornecimento de ar por dispositivos mecânicos.
Para melhorar ainda mais o volume do tratamento dos esgotos, a Copasa está ampliando a ETE para tratar 292 milhões de litros por dia, estendendo dessa forma os benefícios para aproximadamente 1,5 milhão de pessoas.
A Copasa promove visitas monitoradas na ETE Arrudas, onde os visitantes conduzidos por um técnico da empresa conhecem o funcionamento da estação de tratamento, além do Centro de Educação Ambiental (Ceam). O objetivo da companhia é incluir a comunidade nas atividades de educação ambiental para criar laços de respeito, conhecimento e proteção ao meio ambiente. As visitas na ETE Arrudas acontecem às quartas e sextas-feiras, sempre no período da manhã.
No Ceam os visitantes conhecem também o sistema de biomonitoramento: em um aquário de 10 mil litros de esgoto tratado, são mantidas diversas espécies de peixes encontradas no Rio das Velhas, comprovando a eficiência do tratamento. Ao todo são 14 espécies, entre pacus, piabas, matrinxãs, e outros.
A perda da biodiversidade aquática sinaliza a intensidade do processo de degradação das águas e de todo o sistema ambiental. Espécies como matrinxã, piau e dourado, que em 2000 só eram encontrados no Rio das Velhas a uma distância de mais de 300 quilômetros da RMBH, voltaram a povoar o rio nas proximidades de Lagoa Santa.
Investimentos chegam a mais de 1 bi.
Para viabilizar a revitalização do Rio das Velhas em seu trecho metropolitano - que vai da foz, em Itabirito até o Ribeirão Jequitibá serão investidos cerca de R$ 1,3 bilhão. De 2004 a 2008 foram mais de R$ 560 milhões e nos próximos dois anos em torno de R$ 767 milhões, que serão aplicados em projetos e obras da Copasa para possibilitar navegar, pescar e nadar, no rio das Velhas. Entre essas ações estão a instalação das ETEs; implantações de interceptores e de redes coletoras de esgotos; a implantação de intervenções conjuntas com as prefeituras locais, visando a revitalização de fundos de vales; a inauguração do tratamento secundário da ETE Onça; e implantação da Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR), do sistema Rio das Velhas.
Outra ação para despoluir o rio é o Programa Caça-Esgoto. O projeto, concebido em 1997, tem o objetivo de identificar e eliminar os lançamentos indevidos de esgotos em redes pluviais e córregos e encaminhá-los adequadamente para as ETEs. A Copasa já concluiu mais de 25 obras e atualmente 57 estão em andamento, em Belo Horizonte e cidades vizinhas.
O projeto atua nos 51 municípios da bacia e incentiva a participação e o comprometimento das pessoas. Para a melhoria da qualidade da água, é necessário reduzir substancialmente o volume de esgoto lançado no Velhas e é nesse contexto que entra a participação da Copasa. A causa foi abraçada pelo Governo de Minas, e a Meta 2010 passou a ser um dos projetos estruturadores do Governo estadual.