Em ritmo acelerado a Copasa se prepara para atender ao aumento da demanda por abastecimento, em função da Copa do Mundo de 2014, e antecipar metas de 2025. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está investindo R$ 1,6 bilhão nos próximos cinco anos para atender a 100% dos moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) com água. Hoje, o índice já é de mais de 97%. Entre as ações da Companhia, está um extenso conjunto de obras para ampliação das capacidades de produção, de distribuição e de seus reservatórios, além de programas de eficientização de recursos para agregar mais confiabilidade e qualidade ao sistema, com menos custos.
Cerca de 4,8 milhões de consumidores atendidos pela Companhia, em 31 cidades da RMBH, serão beneficiados. “Imaginamos que a demanda vá aumentar em função da Copa, mas não temos o valor, até porque nunca sediamos um evento assim. Por isso, nossa estratégia é estarmos prontos para atender ao aumento que nos for colocado. Estamos nos posicionando com uma capacidade de produzir e distribuir maior do que a demanda”, explica o gerente do Departamento Operacional Metropolitano (DPMT), João Andrade do Nascimento. De acordo com o gerente, a maior dificuldade para se alcançar o abastecimento integral na RMBH é o crescimento desordenado.
570 milhões para o Sistema Rio Manso.
O aporte de maior monta – R$ 570 milhões - será feito no projeto de Ampliação do Sistema Rio Manso para melhorar a eficiência de serviços prestados pela Copasa e reduzir custos operacionais. As obras de expansão e modernização começam em março do ano que vem. Na primeira etapa, que deve ser concluída em dois anos, a capacidade de tratamento de água saltará de 4 mil litros por segundo para 5 mil litros por segundo.
Na segunda etapa, que deve ser finalizada até 2014, serão agregados outros 1.000 litros por segundo. O sistema é hoje responsável por 26% da água que chega à RMBH. Com as obras, haverá incremento de oferta de água tratada para o abastecimento de até 820 mil novos habitantes. Também está prevista a construção de uma Central Geradora Hidrelétrica (CGH) que utilizará a água residual do próprio sistema para geração de energia para consumo próprio na unidade.
Também com foco na ampliação da capacidade de produção, a companhia coloca em operação, no próximo mês, a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Barreiro, com uma capacidade de produção de 170 litros por segundo, após investimentos de R$ 17 milhões. Já as tubulações de macro e microdistribuição receberão R$ 165 milhões até 2014 para obras de ampliação. As obras serão concentradas nas regiões onde ainda há algum tipo de deficiência no abastecimento. “O investimento é importante para que o aumento da capacidade de produção se reflita na casa do cliente”, afirma o gerente.
Sistema Rio das Velhas
Outro investimento importante é a revitalização do unidade, localizado em Nova Lima, que está recebendo R$ 230 milhões para obras de revitalização e aquisição de equipamentos até 2011. O sistema teve suas operações iniciadas em 1969 e, atualmente, abastece cerca de 2,2 milhões de habitantes na RMBH, aproximadamente 62% da população de Belo horizonte e 97% da cidade de Sabará.
Linha Azul: ação estratégica
Já batizado como Linha Azul, a empreendimento faz parte da ação estratégica preventiva da Copasa para garantir o abastecimento de água para a população da RMBH através da expansão do processo de adução e reservação. Os investimentos, cerca de R$ 160 milhões, estão sendo aplicados desde março deste ano na implantação de 26 quilômetros de redes de água tratada, que interligarão os sistemas Rio das Velhas e Paraopeba, além da construção de dois reservatórios com capacidade total de 40 milhões de litros.
Ao promover a união desses sistemas, a Copasa vai ganhar mais flexibilidade operacional, garantindo a manutenção do abastecimento em casos emergenciais, sobretudo em áreas delicadas como a região hospitalar de Belo Horizonte. Além disso, as obras vão aumentar a oferta de água para as cidades de Lagoa Santa, Vespasiano, São José da Lapa e a região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, que serão abastecidos pelo sistema integrado. A previsão de entrega é novembro de 2010.
Adutora de integração
Como o nome já diz é um projeto de implantação de uma grande adutora de integração. Iniciado em novembro de 2007, com previsão de término para fevereiro de 2010, o empreendimento contempla a implantação de 29 quilômetros de adutoras de 200 a 800 milímetros de diâmetros e a ampliação dos reservatórios Nova Pampulha em 5 mil metros cúbicos, e do Bairro Céu Azul em 15 mil metros cúbicos. A nova adutora, orçada em R$ 82 milhões, fará a integração do sistema de abastecimento de água do Noroeste da RMBH ao Sistema Integrado Metropolitano.
As obras vão garantir o abastecimento de água de Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa e Aeroporto de Confins, além de atender à região que é um novo eixo de crescimento, considerando a implantação da Cidade Administrativa e da Linha Verde, obras do Governo do Estado de Minas Gerais. Ao todo, cerca de 169 mil habitantes serão beneficiados. Apenas Rio Acima, Sete Lagoas e Caeté ficam de fora dos investimentos, já que não têm contrato de concessão com a companhia.
Por fim, não basta somente aumentar a produção de água tratada e a capacidade de transportá-la. É preciso reservar para os períodos de maior consumo, principalmente para aqueles nos quais a energia elétrica necessária para o bombeamento é mais cara, entre 19 e 22 horas.
De acordo com o gerente, a Copasa está investindo R$ 158 milhões para aumentar a capacidade de reservação (acondicionamento da água nos reservatórios) na RMBH em 72%, até 2014. “Vamos construir novos reservatórios e ampliar a capacidade dos que já existem. No passado, a questão energética não era tão importante como agora”, diz o gerente, destacando que o bombeamento para os reservatórios com capacidade maior, fora do horário de pico, permitirá à Companhia uma economia de energia considerável.
Nascimento destaca, no entanto, que a Copasa não está investindo apenas no aumento da capacidade de produção, com aportes em grandes adutoras e estações de tratamento, mas também em eficientização operacional e energética, inclusive com um programa de combate a perdas na malha de macro e microdistribuição de água em toda a planta de BH e cidades do seu entorno. “Estamos investindo, entre 2009 e 2012, R$ 74 milhões para reduzir as perdas de água decorrentes de vazamentos e pressões elevadas. Hoje, temos perdas equivalentes a 30% do consumo. Queremos reduzir esse percentual para no máximo 20%”, aponta o gerente.
Outro projeto importante para a qualidade do serviço prestado pela Companhia ao consumidor, segundo o gerente, é a implantação de um centro de operações com sistema automatizado de gestão dos ativos de macro e microdistribuição de água na RMBH, localizado na sede da Copasa, no Bairro Santo Antônio.
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Centro de Operação de Sistemas | Sistema Vargem das Flores |
Com investimentos de R$ 32 milhões, o centro permite ao operador redirecionar à distância e em tempo real a distribuição de acordo com a necessidade. “Se há água suficiente para um bairro, mas está faltando em outro, o sistema detecta e permite que o operador faça a manobra à distância, equilibrando o volume de água disponível”, detalha Nascimento, destacando que o centro que já em operação, tem permitido que o consumidor não tenha o abastecimento suspenso quando há manutenções necessárias. “Outra vertente é a otimização dos nossos sistemas de produção e melhoria nos processos. São R$ 40 milhões para o sistema Várzea das Flores, com obras em andamento, e R$ 54 milhões no sistema Serra Azul, em preparação para licitação. Esses investimentos permitirão não só economia de energia, mas sobretudo darão maior confiabilidade ao sistema”, afirma.
Com essas obras o Governo de Minas e a Copasa dão mais um grande passo para a universalização dos serviços de abastecimento de água para a população Minas