
Moradores dos bairros Barbosa e Várzea do Açude, em Capim Branco, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tiveram um sábado diferente no último dia 30 de março. Durante toda a manhã e início da tarde, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) movimentou a praça Nossa Senhora da Paz com apresentação de teatro, visitas às casas da região, aplicação de pesquisa de opinião pública e distribuição de cartilhas de educação ambiental. O motivo, de acordo com o supervisor administrativo da Copasa no Distrito do Médio Rio das Velhas (DTMV), Sérgio Antônio de Oliveira, sensibilizar a população em relação às práticas ambientalmente corretas.
“A partir de julho de 2013 vamos começar a operar o sistema de esgotamento sanitário e estaremos sem dúvida trazendo mais qualidade de vida para Capim Branco”, disse. A mobilização social explicando aos moradores os benefícios do tratamento do esgoto e a importância de não se despejar rejeitos no Ribeirão da Mata, que banha a cidade, foi, segundo ele, o primeiro passo para o sucesso da parceria da Copasa com o município.

Mesmo em pleno feriado de Semana Santa, Edmar Pereira de Souza fez questão de participar das atividades. O morador lembrou o tempo em que a população tomava banho e pescava no Ribeirão da Mata, o que não é mais possível hoje, já que o esgoto residencial é despejado no curso d´água. “Vai ser muito importante esse trabalho para descontaminar nosso rio”, afirmou, lembrando que espera ver em Capim Branco os mesmos resultados positivos que a vizinha Matozinhos já colheu com o tratamento de esgoto pela Copasa.
Outro participante do encontro, Moacir Magela também já fazia planos para o início das atividades da Copasa. Criador de gados de leite, sua principal expectativa é poder ver as vacas voltarem a beber água do Ribeirão da Mata. “Hoje eu não posso deixar que as vacas bebam a água do Ribeirão, porque é uma água poluída que prejudicaria a qualidade do leite”, disse.
O estudante Ailton Francisco dos Santos Júnior cresceu com a realidade do Ribeirão da Mata poluído, sem poder nadar ou pescar ali. Mas se lembra das constantes histórias de outros tempos contadas por seu pai. E espera que estes tempos possam voltar. “Meu pai sempre conta que a mãe dele lavava as roupas no Ribeirão, que havia peixes ali”, declarou.