Artista Gilson Rodrigues apresenta imagens de paisagens descontruídas com a inserção de objetos que decoram o ambiente doméstico.
A última quinta-feira foi marcada pela abertura da exposição “Paisagem”, na Galeria de Arte Copasa, assinada pelo artista visual Gilson Rodrigues. Os empregados da Copasa e convidados puderam apreciar cerca de vinte e uma pinturas e objetos que correspondem à representação de paisagens do século XVIII e XIX, descontruídas, com a incorporação de objetos de uso doméstico. Gilson varia tanto no modo como constrói, quanto nas técnicas utilizadas para materializar cada pintura.
Durante o evento, Gilson explicou como que a união de objetos domésticos com paisagens chamou sua atenção. “Sempre gostei muito de paisagens e também prestei muita atenção em ornamentos que decoram os ambientes domésticos, principalmente os que ficam na cozinha. Com isso, comecei a apropriar esses objetos do meu cotidiano, fazendo com que eles interfiram na própria tinta óleo e invadam a minha pintura. É esse jogo de levar e trazer, deslocar alguma coisa de um lugar e criar uma imagem diferente que me atrai”, conta.
Para a artista plástica Isabela Pedra, as pessoas conseguem identificar o artista nas pinturas. “Realmente a base do trabalho dele vem dessas paisagens que ele desconstrói adicionando elementos. Esses elementos fazem parte do universo muito próprio do artista”, comenta. Complementando o pensamento da Isabela, o curador da exposição, Mário Azevedo, ficou encantado com o que viu. “Acho o trabalho do Gilson muito bonito, inteligente, bem feito e provocador. Gostei muito e ele está de parabéns”.
O artista plástico Renato Silva argumentou que Gilson tem conseguido unir uma pintura próxima do tradicional mesclada com inovação. “Temos uma abstração muito ousada e que às vezes ficamos nos perguntando se ela não está repetindo algo, ao mesmo tempo, temos um certo medo de cair no tradicional. Mas, o Gilson tem dado conta de trilhar um caminho que mistura essas duas coisas e eu acho isso muito interessante”, observa. Já a professora de pintura da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não conhecia o trabalho do artista e achou “de uma delicadeza imensa, uma pintura muito refinada, que vai além”, conclui.